14 novembro 2005

Não queremos deveres! Só direitos.

Chocou-me particularmente ouvir, hoje, uma professora dizer que era contra o aumento da idade da reforma e a reorganização da componente não lectiva e dos horários escolares. Muitos dos professores têm que, na falta de um colega, acompanhar turmas com alunos que nem sequer conhecem, dizia essa professora de uma escola de Felgueiras. Acrescentou ainda, que “ dentro da sala de aula é quase impossível controlar alunos que não conhecemos, eles querem sair a todo o custo. Para nós é constrangedor chamar a atenção de um aluno, e tratá-lo por “Ó tu aí “ e não pelo nome próprio”. Mas afinal se é assim tão difícil, como será para essa senhora o primeiro contacto com os alunos todos os inícios de ano? È difícil não é? … Pois é! Quem a manda ser professora. Tantas profissões, tanta gente e havia de cair, por azar, esta profissão no seu diploma.

9 comentários:

north disse...

Concordo contigo em parte!
Experimenta ensinar 18 miúdos dos 6 aos 11 anos, de quatro classes diferentes, ao mesmo tempo e depois diz-me se alguém ganha alguma coisa com isso!
Tudo tem limites, é uma questão de profissionalismo e bom senso!

Neoarqueo disse...

Se calhar não entendeu o espírito da coisa, mas o que o António não refere é que um Psicólogo, Professor e investigador da Universidade do Porto diz que esta medida da substituição de professores nas horas de falta não é em nada recomendável, e sem utilidade. Não sei se assim é ou não, o que é facto é que eu quando estudei num colégio particular, logo com normas bastante mais rígidas que o "liceu" na altura, quando faltava um professor, este era substituido pelo prefeito e ficávamos na sala a estudar...a fazer que estudávamos, essa é que é essa. Não embarquemos atrás de certas medidas só porque aparentemente são inovadoras. Já são velhas e não está provado que tenham dado resultado. Era bom voltar a ouvir o que diz o tal professor da Universidade do Porto.

CMatos disse...

Não deve ser fácil, uma coisa é uma 1ª aula que dará lugar a uma segunda e por aí a diante, outra é uma 1ª aula hoje, e amanhã outra 1ª aula com outra turma, daqui por uma semana outra 1ª aula etc. Hoje em dia existe uma certa rebeldia inata na maior parte dos alunos, e aparecer "derrepente" um prof. ali de pára-quedas,... imagino não ser mesmo nada fácil para uns e para outros.

Anónimo disse...

a ideia da substituição é boa. Mas:
1- os professores trabalham mais horas e logo boicotam
2- Essas aulas são para ensinar... e não apenas para brincar.
3-Tal como as aulas de estudo acompanhado e de projecto não funcionam estas também não. Os professores têm a mania que são especialistas da área cientifica. Tudo o resto ..ai jesus que não me ensinaram na faculdade
4-e por fim não nos devemos esquecer que estas aulas só existem porque " OS PROFESSORES FALTAM E FALTAM E FALTAM...", portanto existem por nossa culpa.
Mesmo numa escola como a minha onde existe uma assiduidade muito razoável o número de faltas é aberrante. E são estas coisas que colocam em causa a nossa dignidade. Não são as turmas, nem o numero de alunos, nem dar aulas de substituição.
TSFm- não te esqueças era um prefeito... não um professor. o professor nestas aulas deve dar aulas ou actividades com valor pedagógicas

Anónimo disse...

A questão do ensino em Portugal tem sido discutida e discutida, sem nunca se chegar a conclusão nenhuma.

Tanto quanto sei a questão das aulas de substituição já está a ser levada a cabo nos Açores, por exemplo, com bons resultados, mas parece-me com diferenças assinaláveis.

Julgo que a responsabilização dos professores, no que diz respeito ao cumprimento dos programas e a avaliação das suas capacidades pedagógicas, seria uma mais valia para a classe.

É Verdade que em todas as profissões há bons e maus profissionais, mas nunca conheci nenhuma que esteja sempre a protestar.
É verdade que é uma profissão desgastante, mas seria conveniente recordar que:
-Foi a profissão que escolheram
-Não vale a pena referir muitas outras, em que o desgaste é ainda maior e a recompensa pecuniária fica muito aquém.

sattelite disse...

ola, sou insuspeito para comentar porque não sou professor mas considero que é uma nobre profissão e aos poucos querem acusá-la de todos os males, como se o défice excessivo fosse culpa dos prof e não de obras faraónicas como o aeroporto da Ota...

Anónimo disse...

Pois é... nestes dias fácil é ser ministro(a)! Faz-se o que quer em prol daquilo que se acha melhor, com o Sr. Secretário a colaborar...
Mas que beneficios têm estas medidas?
Enquanto o país tiver como Ministra da Educação um(a) professor(a) do Ensino Superior e não uma Educadora de Infância ou um professor do 1º, 2º e 3º ciclos ou do secundário, com experiência no terreno... é mais fácil assinar papeis, porque enfim para assinar ainda não precisamos de aulas de substituição, graças, felizmente, à dedicação dos nossos professores do 1º ciclo...
A Sr.a Ministra que se decida de uma vez... pode colocar as 35 horas, mas não espere que os professores tragam traabalhos para casa!
Mas gostava que não estivesse só na ordem do dia as aulas de substituição, existem outros pontos que devem ser analisados e dos quais não se fala:
- diferenças salariais de escola paara escola (desta forma parece-me que se vão ter escolas-empresa);
- os professores que têm filhos com menos de 10 anos têm como justificar uma falta quando os acompanham a uma consulta, então porque é que a partir dos 11 anos já não? (está subjacente a mioridade em Portugal aos 11 anos? Ser´´a já nas próximas eleições? Deixamos de ter Encarregados de Educação logo no 2º Ciclo?)
...
Entre outras... que demoraria muito a descrever e preciso de ir planificar as minhas aulas e corrigir as fichas dos meus 135 alunos... E este fim-de-semana já tenho trabalho!
Será que a Sr.a Ministra também está a trabalhar durante o fim-de-semana, dedicando-se a contar as tão faladas faltas dos professores, o motivo das aulas de substituição...

Anónimo disse...

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Anónimo disse...

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