19 novembro 2006

Sindicato acusa Malhacila de ter aberto outra empresa

A União dos Sindicatos do Distrito de Viseu (USDV) acusou, ontem, a Administração da Malhacila, que declarou falência há três dias, lançando para o desemprego os seus 105 trabalhadores, de "criar uma empresa fantasma - a Shanara - para onde estão a ser transferidos activos da Malhacila, como a marca "Concreto", e instalações da própria fábrica".
Os dirigentes da USDV Manuel Rodrigues e João Serra dizem que se trata de "um processo de descapitalização descarada que tem de ser averiguado pelo Ministério do Trabalho, pelas Finanças e pela Segurança Social".
Os sindicalistas acusam ainda a Administração "de ter vendido terrenos da empresa para um loteamento", acrescentando que "há todo um passado recente dos donos da Malhacila envolto em manobras pouco claras".

Administração nega

"É verdade que criámos a Shanara, mas não foi agora, ela já existe há dois anos. E tem sido ela que tem financiado a Malhacila. Posso dizer mesmo que a Shanara lhe prolongou a vida dois anos", explica Joaquim Santos, administrador da Malhacila.
Sobre a alienação de terrenos, o empresário explica que a venda foi feita "para injectar dinheiro na Malhacila". "Foram vendidos quatro terrenos para um loteamento. Há algum mal nisso? Eu não fiquei com o dinheiro!", diz Joaquim Santos.

Despedimento ilegal

A USDV considera "ilegais" os despedimentos dos 105 trabalhadores. "O pretexto do patrão para este acto anti-social foi o da declaração de insolvência da empresa, situação que, de facto, ainda não se verificou, pelo que o despedimento é completamente ilegal", alerta o sindicato, que acrescenta "Os trabalhadores temem que, por detrás desta decisão, esteja o objectivo de encerrar a Malhacila, libertando-se o patrão dos trabalhadores sem os ressarcir das devidas indemnizações, subsídios vários e dos 15 dias de trabalho deste mês, para depois transferir para a Shanara os clientes, abrindo com outros trabalhadores requisitados ao Centro de Emprego, aos quais seriam aplicados contratos precários de trabalho".
Amanhã, os trabalhadores vão reunir em plenário e pedir audiências ao presidente da Câmara de Mangualde, governador civil e Ministério do Trabalho.


Jornal de Noticias

2 comentários:

Anónimo disse...

Força para vocês todos trabalhadores, não de deixem calar, lutem pelos vossos direitos.
Não se deixem enganar, trabalharam arduamente e agora não recebem nada? Devem-se esquecer os patrões que os funcionarios são ou únicos que não têm culpa da má gestão, têm filhos, compromissos ao banco, depesas mensais... Não se deixam assim as pessoas na "lama".
Lutem sem parar.
FORÇA PARA TODOS OS TRABALHADORES.

Anónimo disse...

É verdade tudo o k disse (Beja Correia), mas o problema é k os patrões só s preocupam em ter grandes carros e viverem à grande. Em certas alturas pedem sacrifícios aos trabalhadores, noutras são meras máquinas k quando lhes apetece deitam fora sem o minimo respeito. Vamos ver s alguém faz alguma coisa por eles. Graças aos trabalhadores a fábrica teve grande sucesso, mas isso parece ñ pesar nada.